GINCANA
DE LEITURA NA ESCOLA – GÊNEROS “DO LIVRO
DE TEXTOS DO ALUNO DO 2º ANO” DO PROGRAMA “LER E ESCREVER”
Disciplina:
Classe Comum e Oficinas Curriculares
Público
Alvo: alunos do 1º ao 5º ano
Período: do
2º ao 4º bimestre
Responsáveis
:
Todos os professores e a direção
Representante dos professores: Marlene
Manzi
Quando se pensa a literatura erudita, inevitavelmente, o
pensamento reconhece as narrativas orais, pois a erudita bebe constantemente na
fonte das narrativas orais. Considerando tal observação, vê-se que é mesmo no
ciclo I que tais leituras devem permear o cotidiano escolar de forma que, além
de garantir o resgate da cultura popular, também forme o leitor que lerá e
entenderá a literatura erudita hoje, amanhã e sempre.
Leitura
de parlendas, trava línguas, adivinhas, piadas, cantigas, canções, poesias,
contos, fábulas, lendas, mitos, receitas, brincadeiras e biografias.
1ª Gincana: 25/05/12 - Parlendas
1ª Gincana: 25/05/12 - Parlendas
Todas as citações marcadas por aspas
foram extraídas, na íntegra, do livro
Formas Simples de André Jolles, Tradução de Álvaro Cabral, 1976, Editora
Cultrix, São Paulo
Os textos que foram organizados a partir da oralidade são
classificados como Forma Simples. A Adivinha é uma forma bastante interessante
se observarmos desde a sua origem a sua estrutura, bem como o seu uso na
linguagem humana. A Adivinha “é constituída por pergunta e resposta”. (p.109) E
ela está presente na vida das pessoas através de jogos infantis, da sessão de
passatempo dos jornais e revistas. De acordo com Jolles, por mais difícil que
seja uma Adivinha ela sempre deverá ter uma resposta, porque “uma Adivinha
insolúvel não é uma Adivinha”. (p. 111).
Semelhança
com o Mito
O mito é outra forma simples que contém pergunta e
resposta. “Mas trata-se de outro saber e de outra curiosidade. No Mito, o homem
interroga o universo e seus fenômenos acerca da natureza profunda deles, e o
universo dá-se a conhecer numa resposta, numa ‘profecia’. Na adivinha, o homem
já não está em relação com o universo: há um homem que interroga outro homem e
de modo tal que a pergunta obriga o outro a um saber. Um dos dois possui o
saber, é a pessoa que sabe, o sábio; o interlocutor o enfrenta e é levado, pela
pergunta, a pôr em jogo suas forças, seus recursos e sua vida, para chegar a possuir também o saber e apresentar-se ao
outro como sábio.[ ] Na forma do Mito,
somos os indagadores; na Adivinha, somos os indagados – e de tal modo que
devemos responder. É por isso que o Mito ostenta as cores da liberdade, a
Adivinha as do constrangimento; por isso, o Mito é atividade, a Adivinha
passividade. É por isso também que o Mito alivia enquanto a Adivinha oprime. E
não é por mero acaso que o equivalente em velho-alto alemão da Adivinha era a
palavra tunkal, que significa ‘a
coisa tenebrosa’”. (p. 112).
Origem
De acordo com especialista, há um grupo de tipologias. Um deles é “o Grupo de Enigmas da
Esfinge. Os Exemplos são muito conhecidos: temos a história da Esfinge,
Turandot, o Imperador e o Abade, o Companheiro de Viagem de Andersen e todas as
outras variantes. O examinador é, nestes casos, um ser mais ou menos cruel, ou
uma princesa ou um rei, enfeitiçados e ligados a poderes maléficos. [ ] Em
todos os casos, porém, a fórmula é sempre a mesma: “Adivinha ou morre!” Em
todos os casos, trata-se de uma prova capital, na acepção mais profunda do
termo. (p.113)
Adivinha
da Esfinge
Quem
anda de quatro patas de manhã, duas ao meio dia e três patas à tarde? (aqui, a
manhã, o meio dia e a tarde não significam obrigatoriamente os momentos do dia,
e sim, as fases principais da vida humana. E as patas, ou pernas, não se
reduzem a uma parte do corpo).
Outro grupo, o
de Enigmas de Ilo, “derivado de uma de suas mais freqüentes atualizações.” (p.
114). Este conto-adivinha ou simplesmente adivinha é muito conhecido e possui
quatro ou cinco versões:
“[sobre Ilo vou,
Sobre Ilo estou,
Sobre Ilo, a bela e gentil.
Adivinhem, meus senhores, o que isto
quer dizer.]”. (p.114)
“Eis
uma das explicações: ‘Uma jovem fora acusada de ter morto uma criança mas,
outrora, quando se era condenado à morte, se se pudesse apresentar aos juízes
uma adivinha e estes não soubessem decifrá-la, então o réu era solto. A jovem
tinha um cão a que chamava Ilo e com a pele do animal fizera um par de sapatos.
No dia seguinte, ela calçou os sapatos, foi até os juízes e propôs-lhes sua
adivinha. Os juízes não puderam adivinhar e a moça foi posta em liberdade’.
Além da adivinha do Ilo, tomada em seu sentido estrito, entram neste grupo
inúmeras adivinhas apresentadas e contadas com explicações semelhantes, como
‘Duas pernas sobre três pernas’, ‘Não-nascido’ etc. Portanto, apresenta-se aqui
uma adivinha que proporciona a liberdade e a vida se não for adivinhada. A
questão é posta pelo acusado e equivale a dizer: ‘Apresenta uma adivinha e
viverás’.
Tudo se passa como se as duas categorias
convergissem a partir de pólos opostos de uma só disposição mental. Não poder
resolver uma adivinha é morrer; apresentar uma adivinha que ninguém resolve é
viver”. (p.114).
A Adivinha goza das prerrogativas da
ambigüidade. “Ela não apenas é redigida na língua especial de um grupo como
redigida de modo a dar ao não-iniciado a impressão de ser incompreensível. [ ]
‘pé de montanha’ pertence à língua especial e [ ] a pergunta ‘O que é que tem
um pé e não pode caminhar?’ é uma Adivinha. Que é, então, que faz a Adivinha?
Ela reconduz da língua especial à língua comum, do pé cuja ambigüidade pode
sustentar várias coisas, ao pé humano, parte do corpo sem ambigüidade; e torna
a língua especial incompreensível a partir da língua comum.
Nilda Maria Medeiros
Mestre em Estudos
Literários e Pós graduada em Teorias Linguísticas e Ensino pela Unesp de
Araraquara
3ª Gincana : Cantigas de Roda e Brincadeiras
As cantigas e brincadeiras de roda são manifestações folclóricas onde as crianças se dão as mãos, formam uma roda e cantam melodias que podem ou não ser acompanhadas de coreografia.
Antigamente, eram muito comuns no cotidiano infantil da criança brasileira. Hoje, no entanto, é uma manifestação que está sendo esquecida, pois as crianças estão mais interessadas em outros tipos de música e brincadeiras.
As cantigas de rodas, tanto brasileiras quanto estrangeiras, são basicamente folclóricas. Possuem letras, melodias e ritmos simples e lúdicos, envolvendo brincadeiras, danças e trava-línguas. As músicas utilizam, normalmente, um compasso binário.
Alguns acreditam que são originárias de modificações feitas em músicas de autores populares ou criadas anonimamente pelo povo. Por serem repassadas, de geração em geração, através do que se chama transmissão oral, é comum existirem diferenças regionais nas letras de algumas delas.
As brincadeiras de roda ajudam a sociabilizar e desinibir as crianças, uma vez que exigem o olhar frente a frente, o toque corporal, a exposição, pois em muitas delas cada um deve se apresentar no centro da roda. Auxiliam no desenvolvimento da expressão corporal, senso rítmico e organização coletiva. São também um dos elementos importantes para a integração e o lazer infantil. Texto de Lúcia Gaspar.
4ª Gincana : Receitas
As receitas são um gênero textual muito adequado para incluir na rotina das turmas que estão na fase inicial do processo de alfabetização. É um gênero de circulação social bastante corrente, presente em todas as classes sociais (mesmo nas cozinhas mais precárias se podem encontrar receitas que estão impressas nas embalagens de produtos básicos como o óleo ou o arroz). Sua estrutura – uma pequena ficha (tempo de preparo, rendimento e grau de dificuldade, em alguns casos), uma lista e depois um parágrafo, geralmente com os verbos nos modos imperativo ou infinitivo – facilita as antecipações e permite que se coloque em prática uma série de comportamentos de leitor relacionados a ler para fazer alguma coisa, um dos importantes propósitos sociais de leitura que nossos alunos precisam aprender.
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